sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Monomania

Eu me lembro 
e foi assim que eu vi que a vida colocou você pra mim ali naquela quinta 26 de dezembro.
Vai ver de todos os tolos do mundo você me quis porque seu corpo combina com meu jeito
e eu tenho o seu gosto porque a gente é um só 
e nós dois fomos feitos muito pra nós dois.
Eu já falei pra mim
jurei até 
que tudo não seria por você 
mas agora foi. 
Talvez
se não fossem os astros, os autos, os signos, as bulas, espelhos e conselhos
se não fosse a flor 
e essa mania de te aquecer no cobertor. 
Talvez 
se a vida decidisse mudar de roteirista
e o gênero trocasse de repente num instante 
quem sabe tinha funk no morro do fundo do meu coração
e a gente podia ser protagonista. 
Só pra você saber, não vou esquecer você 
nem um século depois de você decidir ficar sozinha 
só pra você saber, não vou esquecer você 
e se o meu olhar cruzar com o seu é só porque eu vou seguir o meu caminho. 
Eu queria tanto que você não fugisse de mim, mas se fosse eu, eu deixava seu rastro polem
pra eu poder seguir nessa estrada 
a caminhada, a pé, de caminhão. 
Por agora, me deixa ser a estátua de sua plantação 
o seu cabide de vestidos 
só não me tira de vez de sua casa. 
Sem problemas ser figurante de sua colheita 
nem nome eu preciso ter 
me chame Astaire. 
Se a gente parou, um mundo parou 
mas logo nasce outro com policias armados 
bandidos de gorro 
médicos nas uti's 
pacientes a beira da morte 
mas repare que sorte, Marília, o titanic é só seu. 
Quando eu te vi fechar a porta eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar 
e sair pelo mundo querendo ver o mais distante 
voando com as asas que o seu amor me deu. 
E nem essa liberdade toda paga 
o que eu sorri por Você. 

Obrigado