Sempre rejeitei uniformidades físicas ou mentais.
E quanto a isso sou infinitamente grato aos que plantaram a semente do debate em mim, principalmente minha Mãe.
Ela, mesmo no alto de toda sua imutação, é um das poucas pessoas que concorda em discordar e tem paciência comigo, mesmo que até certo ponto.
Hoje foi um dia. Debatíamos sobre legalização da maconha e do aborto, ela contrária aos dois, eu favorável.
Gritamos, bufamos, ironizamos, mas, acima de tudo, nos respeitamos.
Qualquer outra pessoa de fora dessa relação estranha quando vê acha que é briga, mas não.
Ela sabe que nunca brigaria com ela.
Como ninguém é máquina de ponderar, chega uma hora que a dor na cabeça fala mais alto que qualquer palavra e cada um vai pro seu canto, que sempre terminam se cruzando.
Eu não mudei de opinião e muito menos ela, mas só nós sabemos o quanto isso é importante pra cada um. Essa necessidade de argumentar é genética, mas não aleatória.
Ela me deu as costas com raiva e nem olhou pra trás. 5 minutos depois, veio até mim, convidando pra ver um filme que segundo a própria seria "bom demais pra se ver sozinha".
Essa é a forma dela se retratar por qualquer exagero, mesmo quando não o há.
Minha mãe, como ninguém, me faz sentir acolhido. Mesmo ela sendo 8 e eu 800.
sábado, 21 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Amai, rapazes!
Era tão perto, que antes de três minutos me achei em casa. Parei no corredor, a tomar fôlego; buscava esquecer o defunto, pálido e disforme, e o mais que não disse para não dar a estas páginas um aspecto repugnante, mas podes imaginá-lo. Tudo arredei da vista, em poucos segundos; bastou-me pensar na outra casa, e mais na vida e na cara fresca e lépida de Capitu...Amai, rapazes! e, principalmente, amai moças lindas e graciosas; elas dão remédio ao mal, aroma ao infecto, trocam a morte pela vida...Amai, rapazes!
Machado de Assis, Dom Casmurro (1899).
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